Em termos gerais, a infertilidade pode ser definida como a dificuldade de conceber após determinado período de tentativas. Em casais que desejam engravidar e mantêm relações sexuais regulares sem a utilização de métodos contraceptivos, onde a mulher tenha menos do que 35 anos, pode-se pensar em infertilidade após um período de 12 meses de tentativas sem sucesso. Nos casais onde a mulher tenha mais de 35 anos, essa possibilidade deve ser considerada após 6 meses de tentativas.

Isso se deve ao fato de que a chance de um casal engravidar varia entre 15% a 20% por mês. Ou seja, é normal que um casal precise de tempo para que a gravidez aconteça! A taxa de sucesso cumulativa pode chegar a 80% após um ano de tentativas, por isso, se o período de um ano tenha passado e o casal não tenha obtido sucesso, é indicado procurar ajuda profissional para saber se um deles, ou ambos, apresentam com algum tipo de infertilidade.

Nesse caso, algumas doenças podem estar associadas ao quadro e variam de homens para mulheres. A seguir, vamos apresentar algumas delas:

Infertilidade masculina

Varicocele

A varicocele ocorre quando as veias localizadas no interior do escroto dilatam de forma anormal, formando varizes (parecidas com as que se formam mais comumente nas pernas). Essas veias fazem parte do cordão espermático e, quando muito dilatadas, podem causar uma dificuldade de circulação sanguínea local, tornando o ambiente tóxico, aumentando a temperatura local e assim piorando a qualidade do sêmen e alterando a produção de espermatozoides.

Geralmente, a varicocele não é grave e pode ser tratada. Nos casos em que a produção dos espermatozoides é muito comprometida, pode-se recorrer a uma correção cirúrgica ou a FIV com ICSI.

hUretriteh

A uretrite é a inflamação ou infecção da uretra, canal responsável pelo transporte da urina para fora do corpo. Quando não é tratada, essa inflamação pode se espalhar para os testículos, causando infertilidade.

Em muitos casos a doença é assintomática, mas alguns homens podem perceber corrimento no pênis, queimação ao urinar e sensação de coceira dentro do órgão sexual. A doença tem tratamento e, por estar relacionada a doenças sexualmente transmissíveis, em caso de um diagnóstico positivo é importante informar aos parceiros sexuais para que eles possam verificar se também estão com a infecção.

Orquite

A orquite é uma inflamação nos testículos que, geralmente, está associada ao vírus da caxumba, mas que também pode acontecer devido a outros fatores como D.S.T.. Em alguns casos, a orquite destrói o epitélio germinativo dos testículos, local onde os espermatozoides são produzidos.

Os sintomas mais comuns dessa inflamação são a presença de sangue durante a ejaculação ou na urina, dor e inchaço dos testículos, excesso de suor ou presença de nódulos na região dos testículos. O tratamento envolve anti-inflamatórios, antibióticos e, em alguns casos, repouso. O urologista fará recomendações de acordo com a individualidade de cada quadro.

Infertilidade feminina

Endometrioseh

O endométrio é o tecido que reveste o interior do útero. Quando não ocorre a gestação esse tecido se descama e é expelido pelo organismo em forma de menstruação.

A teoria mais aceita para a causa da endometriose é a menstruação retrograda, onde este tecido endometrial reflui pelas trompas, podendo se instalar até mesmo em outro órgãos internos como bexiga, intestino e peritônio. Quando as células endometriais se instalam e se desenvolvem fora do útero temos caracterizada a endometriose.

Por causar uma anomalia na anatomia de alguns órgãos, a endometriose pode alterar a permeabilidade das trompas, atrapalhar a condução dos óvulos ao útero e alterar hormônios, causando a infertilidade.

Geralmente, o problema está associado a dores fortes, além de sangramento intenso e irregular durante os períodos menstruais e outros. O tratamento pode acontecer por meio de cirurgias ou medicamentos, variando de acordo com cada caso. Para os casos de infertilidade pode ser indicado como opção de tratamento a FIV com ICSI.

Síndrome dos ovários policísticos

A síndrome dos ovários policísticos é responsável por alterações hormonais e metabólicas — como o aumento da produção de testosterona —, que provocam alterações na ovulação, na estrutura dos ovários e no ciclo menstrual.

Para mulheres que desejam engravidar e são portadoras da síndrome de ovários policísticos, o controle do peso corporal e dieta pobre em açúcar é o primeiro passo a ser tomado. Após podemos usar indutores que indutores que têm bons resultados em corrigir essa questão fundamental para ocorrer a gravidez.

Disponíveis no mercado temos indutores a ovulação orais, que possuem menor custo, mas também uma menor eficácia. Também como opção temos os indutores a ovulação injetáveis, esses com composição hormonal diferente, são mais efetivos, mas seu custo é um pouco mais elevado quando comparado com os orais e devem apenas ser utilizados como exceção.

A decisão pela melhor conduta ou medicação a ser tomada, deve ser discutida em conjunto do casal e do médico especialista de confiança.

Miomas

Os miomas uterinos são tumores benignos que surgem nas camadas musculares do útero. Quando eles surgem nas camadas internas e crescem no local, dificultam a implantação embrionária, levando a quadros de infertilidade.

Em muitos casos, os miomas podem ser removidos por meio de cirurgia. Nos casos em que a infertilidade permanece mesmo após a retirada dos miomas, a fertilização in vitro pode ser indicada para mulheres que desejam engravidar.

As causas da infertilidade masculina e feminina são diversas, e existem muitos problemas que causam esse quadro. Mas, como vimos, muitos casos podem ser tratados, e casais que enfrentam esse problema devem procurar ajuda especializada.

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